Conversei com a banda Clóvis, de Terra de Areia, que terminou recentemente a gravação de 6 músicas no UFO.
A banda, que quando se chamava "Game Over" lançou o álbum "Faça sua Própria Ordem"(2006), com Cristian (vocal), Juno (guitarra), Vini (baixo) e João (bateria), conta agora com um reforço na formação: o guitarrista Rafael (também do Calotas Cromadas) e a vocalista Jana, e tá fazendo um som bem inovador e criativo.
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UFO - A banda anteriormente se chamava GAME OVER, e fazia um som diferente do que faz hoje. Como vocês resumem essa nova fase da banda? O que mudou desde a GAME OVER até a fase atual da CLÓVIS?
CLÓVIS - Tudo tem um momento propício. Antes éramos quatro em busca de um álbum Hardcore, com uma vontade de estourar os ouvidos alheios e próprios. Depois da entrada de mais dois integrantes (o Rafael como guitarrista solo e a Jana com os vocais adicionais) o som, naturalmente, tornou-se mais trabalhado, mais musical, cantarolado, começamos a pender para o Rock’n’Roll. De fato, foi uma fase de transição em que a banda chegou a um consenso que o som poderia ser diferente, sem perder a pegada, com letras de cunho crítico e também as viajandonas, algo que também havia quando éramos a Game Over.
O Rafa e a Jana acrescentaram muito no som, principalmente com a guitarra viajante do Rafa. Não há como negar que o fato de não estarmos mais na fase restrita de ouvir apenas Hardcore
também auxiliou nas novas canções. Penso que nosso som está entre um Hardcore e Rock’n’Roll, salve canções como “Acredito no homem” e “A noite não vai ter fim” que ainda trazem a pegada hardcore e “Que Tal Cantar um Rock” também não fica atrás.
UFO - Quais as principais influências dessa nova fase?
CLÓVIS - Wolfmother, Johnny Cash, Wander Wildner, AC/DC, Kiss, Jorge Ben, Red Hot, Rage Against The Machine, Social Distortion, Mutantes, mas continuamos ouvindo o que sempre fez a cabeça da galera: NOFX, Pennywise, Bad Religion... Bá, muita coisa mesmo.
UFO - Algumas letras de vocês ainda trazem aquela temática de protesto e aquele "te liga rapá" (como em "Acredito no Homem"), e algumas levam uma temática mais tranquila (como em "Doidão"). Como funciona a composição das letras? E do instrumental?
CLÓVIS - A banda sempre teve preocupação de passar algo nas letras que faça a pessoa se questionar sobre questões sociais e existenciais, é algo intrínseco à banda, faz parte da personalidade da banda, mas como viajar também é bom, não deixamos de nos divertir com letras mais tranqüilas, mas que vem sempre a dizer algo, como “Doidão”. Em relação às composições, é uma coisa muito doida. Às vezes um tem a letra pronta e outro manda um arranjo, às vezes um vem com um fragmento de letra e outros completam com o resto da letra e melodia. Todos contribuem com as canções e nos permitimos “psicodelizar” a música ao extremo, como ainda será visto nas novas canções que estão por vir além do que já está gravado.
UFO - A Clóvis inova e mistura estilos. Sabemos que inovar é nobre, mas muitas vezes difícil. Como tem sido a aceitação do público pra isso?
CLÓVIS - Ainda não conseguimos ver isso direito, pois fizemos poucos shows e ainda o som não está circulando muito pela galera. É claro que a galera ortodoxa do hardcore não verá com bons olhos, podem dizer que nos vendemos, só não sei ainda pra quem... Agora aquele que se detiver mais no som verá que houve grande evolução da banda, com um estilo que é diferenciado.
Jana
UFO -Algum fato marcante que tenha rolado em alguma apresentação de vocês?
CLÓVIS - Marcante??? Acho que foi um show que fizemos na praia do Curumim, o dia todo tava tri bonito, solzão, tínhamos conseguido um ótimo equipamento e palco, e tocamos com uma chuvarada e vento na noite, a galera se espremendo debaixo dos bares pra tentar ver alguma coisa... Foi algo marcante!! Diria também do show em Criciúma, onde as barreiras da normalidade da consciência ficaram no RS, e o Cristian ofereceu um som às mulheres que conservavam chulé nas tetas, e durante dias as mulheres de lá ficaram se perguntando sobre o odor de seus seios.
UFO - Qual a banda favorita de cada integrante?
Vini: Hoje acho que é o Social Distortion
Rafa: Planet Hemp
Jana: Mutantes
Cristian: Calotas Cromadas
João: AC/DC
Juno: Cazuza, Freddie Mercury, Ney Matogrosso
UFO - O que se pode esperar da Clóvis no futuro breve?
CLÓVIS - Estamos com planos de uma boa divulgação no verão das sete musicas novas que temos, temos nosso blog, e links em breve para o MySpace, o Orkut da banda, etc. Estamos tentando fazer alguns shows no verão, como o som está mais tranqüilo, pensamos que haverá uma maior aceitação do grande público.
UFO - O que NÃO se pode esperar da Clóvis no futuro?
CLÓVIS - Nós na capa da Capricho com a galera da Fresno.
UFO - Quais as maiores dificuldades que uma banda do litoral do RS encontra na sua carreira?
CLÓVIS - Um apoio mesmo, lugares para divulgar o som. Aqui estamos com um projeto da “Cooperativa do rock” que ainda não saiu do papel. Seria uma forma de divulgarmos os sons das bandas e ainda ganharmos nosso dinheiro para gravações e equipamentos, com o aluguel de um lugar para fazermos umas festinhas, mas, ainda está só no diz-que-me-diz.
UFO - Deixem algum recado pro pessoal que lê o blog do UFO!
CLÓVIS - Bom, só nos resta pedir para a galera baixar nossos sons no www.bandasgauchas.com.br/clovis ou entrar no Orkut da banda: procurem por banda Clóvis, lá também tem os sons pra baixar, além de fotos e vídeos no YouTube. Agradecer também ao Diego pela oportunidade e espaço. Estamos dispostos a tocar em qualquer lugar que nos paguem cervejas!!
NOTA : A Clóvis toca dia 30 de janeiro na Concha acústica de Capão Novo, a partir das 18:30! Apareçam por lá!
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